quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Menino de rua II



Sou menino de rua, sou!
Da rua vejo minha casa, tendo a sensação que todos os dias me perco,
Pois nem sempre encontro o meu quarto, a mudança é algo constante.
Ando pelas ruas, mas parece que ninguém me ver,
Sou uma ilusão para aqueles que cobrem o rosto com véu.
Vou até a cozinha, mas nem sempre me alegro,
Às vezes os restos já foram restos de alguém.
Sinto fome e fico a pensar o que vou fazer
Mas nem sempre isso é uma boa idéia,
Pois minha imaginação se torna muito fértil depois de uma heresia inalada.
Eu sou só um menino de rua,
Com frio, que carrega no bolso apenas a esperança de uma súbita lembrança de um dia menos hostil.
E fico a imaginar a solução...
Mas se ninguém parar, omisso vou ficar e viver na ilusão.
E só me resta um milagre,
na falsa verdade do calor do meu peito que dorme
na ausência de um leito.
Sou menino de rua,
Perdido na entoja das ruas.
Fabíola Lopez

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